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Padrão epidemiológico semelhante ao de fevereiro indica terceira onda

  • - Foto: Mauricio Vieira/Secom

A atual situação epidemiológica em Santa Catarina, muito parecida à registrada em fevereiro, quando houve o colapso no sistema de saúde do Estado, é um dos principais indicadores dos técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) de SC que justificam o alerta para uma possível terceira onda da Covid-19 no Estado. Segundo a pasta, os números mais recentes de projeção da doença já demostram tendência de alta de casos e óbitos para as próximas semanas.

Assim como em fevereiro, o Estado acumula redução considerável na média diária de óbitos por Covid-19, mas os casos ativos se mantêm em patamar elevado e com tendência de alta. Para o superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Eduardo Macário, o cenário de redução de mortes leva à população a acreditar que a situação está mais confortável, quando não está, e o vírus segue com taxa de transmissibilidade acima de 1.

"Não são exageradas as projeções que nós fazemos. A terceira onda já vem se desenhando no Estado de Santa Catarina e a principal prova disso é de que nós [projetamos] situações para frente, fazemos estimativas olhando para sete, 14 dias. E o que nós vimos foram números acima das nossas previsões", disse.

Nesta quinta-feira (27) haverá reunião do Centro de Operações em Emergência em Saúde (Coes), que vai discutir essa situação. Um dos pontos em análise é o aumento da hospitalização de jovens e também de adultos entre 30 e 49 anos. O cenário mostra que pessoas que já receberam a vacina estão mais protegidas, enquanto quem não tomou está exposto não somente pela falta de anticorpos, mas também porque é uma população mais ativa economicamente.

"A gente já consegue estimar com certo grau de certeza de que há um aumento do número de casos indicando uma tendência de uma terceira onda, apesar de termos uma redução no número de óbitos", disse Macário, em audiência pública na Assembleia Legislativa (Alesc) nesta quarta (26). "Em janeiro e fevereiro nós tínhamos a tendência de que aumentavam os casos e diminuíam os óbitos e isso gerou a falsa sensação de segurança. O resultado foi que tanto casos quanto óbitos cresceram", acrescentou.

A possível infecção de jovens preocupa por dois motivos principais. Um deles é porque são um público mais resistente e que permanecem, em média, o dobro de tempo em um leito de UTI, o que pressiona rapidamente a taxa de ocupação do sistema de saúde. Outro é que uma longa permanência sob ventilação e medicamentos aumentam a ocorrência de sequelas, como dificuldades respiratórias.

Os técnicos da saúde apontam ainda para mais um dado negativo. O início da chamada segunda onda, em fevereiro e março, coincidiu com ocupação baixa de UTIs e um período distante da chamada primeira onda. Agora, os períodos estão muito próximos, tanto que o Estado ainda não conseguiu zerar a fila por um leito de UTI. Nesta terça, eram três regiões que solicitavam vagas no sistema da SES. A ocupação de UTI adulta segue acima de 90%.

"Os dados epidemiológicos nos apontam que isso é muito possível de acontecer [a terceira onda]. É claro que são estimativas, são os cenários epidemiológicos. Nós estamos com cerca de 20 mil casos ativos. É um número muito alto. Existe sim essa preocupação da Secretaria de Estado da Saúde", afirmou o secretário-adjunto da pasta, Alexandre Lencina Fagundes. 

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