Ponte precária ameaça segurança na La Chapéu, em Itapiranga

Moradores da comunidade de Linha Chapéu/Itapiranga, estão em alerta diante da precariedade da ponte sobre o rio Macuco, localizada na SC-283 que liga diversas localidades rurais ao centro do município. Com estrutura comprometida e sem manutenção adequada, a ponte representa um risco iminente à segurança de quem transita diariamente pela via — incluindo veículos pesados, transporte de cargas e, principalmente, o ônibus escolar que leva crianças à escola.

Segundo o presidente do Conselho Comunitário de Linha Chapéu, Celso Dewes, o problema não é recente. “Essa situação vem se arrastando há décadas. O que se faz são apenas reformas paliativas, com madeiras frágeis, que logo apodrecem e não suportam o peso dos caminhões que trafegam por ali todos os dias”, destaca.

A ponte é um importante ponto de passagem para o escoamento da produção local, incluindo suínos, aves, ração e diversas cargas agrícolas. Além disso, há trânsito intenso de caminhões de outros municípios que utilizam o trecho como acesso logístico. No entanto, a estrutura de madeira atual não tem oferecido a mínima condição de segurança. “A madeira está podre, as laterais estão desabando. Antigamente era usada madeira de lei e as travas eram de ferro. Hoje colocam ripas frágeis e tábuas que não têm estrutura para aguentar o fluxo”, explica o representante da comunidade.

A situação se agrava em dias de chuva, quando o excesso de umidade deixa a ponte escorregadia. “Hoje mesmo passei por lá. A ponte é alta e, com a lama dos caminhões, se torna extremamente perigosa. Isso caracteriza uma tragédia anunciada”, alerta.

Projeto pronto, execução indefinida

Segundo informações recentes repassadas à comunidade, um projeto de readequação da ponte foi elaborado por um engenheiro e entregue ao governo do estado ou DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). A execução, agora, dependeria apenas da liberação de recursos e da vontade política. “Foi dito que o projeto está pronto e falta apenas o governo liberar. Ontem mesmo, um deputado disse em entrevista na rádio que o governo estadual tem verba, mas falta vontade de agir”, comenta o presidente do conselho. “Nós, como comunidade, só acreditamos vendo as obras começarem.”

Centenário marcado pela indignação

A indignação dos moradores é ainda maior diante de uma data simbólica. Neste mês de junho, completaram-se 100 anos da chegada da primeira família à localidade de Linha Chapéu — família Dungersleben. “É inaceitável que, após um século de história, uma comunidade tão tradicional tenha que conviver com uma ponte em ruínas.” O maior temor da comunidade é uma tragédia envolvendo o transporte escolar. “O perigo maior é quando o ônibus passa cheio de crianças. Imagina se essa ponte cede? Seria algo que ninguém jamais superaria. Uma tragédia que poderia ser evitada.”

Comunidade mobilizada

Caso nenhuma medida seja tomada nos próximos dias, os moradores prometem agir. Reuniões com lideranças locais, vereadores e direção das escolas de Capela e do EEB São José já foram realizadas. “Se nada for feito, a partir da próxima semana vamos tomar medidas mais enérgicas. Chegamos ao nosso limite. Uma comunidade centenária não pode mais viver assim.”
| Kamille Lermen

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