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Golpes em consórcios ultrapassam os R$ 15 milhões em 45 dias

Em um período de 45 dias, golpes envolvendo consórcios somaram mais de R$ 15 milhões nos municípios de Itapiranga e Iporã do Oeste, segundo Francelino Ribeiro, CEO da Família do Consórcio e presidente da Assemit (Associação dos Empresários de Itapiranga). A situação, que tem afetado vários consumidores na região, acendeu o alerta sobre práticas fraudulentas no setor.
Como funcionam os golpes
De acordo com Ribeiro, os golpes geralmente envolvem empresas que aparentam legalidade, com CNPJ ativo, e oferecem cartas de crédito contempladas com condições extremamente atraentes. "Hoje, para adquirir uma carta contemplada de R$ 100 mil, é preciso uma entrada mínima de R$ 38 mil, mas os golpistas oferecem por R$ 10 ou R$ 15 mil. Isso é um claro sinal de fraude", explica.
Outras promessas incluem contemplações garantidas em poucos meses ou condições irreais para liberar o crédito. Quando o cliente percebe que foi enganado, o dinheiro já foi perdido, e a empresa responsável, muitas vezes, desaparece ou dificulta a devolução.
Impacto na imagem do setor
Os golpes têm causado prejuízos não apenas às vítimas, mas também às empresas sérias do setor. “Quando alguém é enganado, generaliza e diz que consórcio é ruim. Isso prejudica a credibilidade do mercado como um todo”, lamenta Francelino. Ele enfatiza que consórcios legítimos seguem regras rígidas determinadas pelo Banco Central e não prometem milagres.
Como evitar fraudes
Ribeiro recomenda cautela ao fechar negócios e sugere verificar a idoneidade das empresas. “Pesquise o CNPJ no Google, consulte o Tribunal de Justiça para verificar processos judiciais, e cheque reclamações em plataformas como o Reclame Aqui”.
Ele destaca a importância de buscar especialistas no setor. "Assim como você procura um cardiologista para tratar do coração, deve buscar profissionais especializados em consórcio."
O consórcio como alternativa financeira
Apesar dos desafios, Francelino defende que o consórcio continua sendo uma das melhores opções para adquirir bens de forma planejada. Ele destaca que, comparado a financiamentos, as taxas administrativas de consórcios são muito mais baixas — entre 1,2% e 1,8% ao ano, contra até 12% ao ano de financiamentos imobiliários.
Em 2024, apenas em Itapiranga, os consórcios movimentaram mais de R$ 6 milhões, impulsionando setores como construção civil, comércio e serviços. "É um dinheiro que gira a uma taxa acessível e beneficia toda a economia local", ressalta.
Ribeiro finaliza com um conselho simples, mas crucial: desconfie de promessas fáceis. “Consórcio é planejamento a médio e longo prazo. Se alguém oferecer condições fora da realidade, questione. E, caso tenha sido vítima de golpe, registre um boletim de ocorrência e procure um advogado. Não existe milagre”.
| Luane Diehl
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